Fila Brasileiro
Hoje em dia o Fila é um excelente guarda e ótimo no trabalho com animais, mantendo sozinho a formação de rebanhos, chamando à ordem qualquer animal discolo. É um cão de grande porte, acostumado à grandes espaços, e ideal para sítios e fazendas. Um típico molosso, o Fila é desconfiado na presença de estranhos e não admite a menor familiaridade.
Os olhos são de tamanho médio, de forma ligeiramente amendoada, distantes entre si, e de cor escura. As pálpebras caídas não podem ser consideradas defeito, pois são assim por causa da pele flácida, e contribuem para aumentar a aparência "pensativa"do olhar do Fila, característica típica da raça. Sua pelagem é curta, suave, espessa e lisa. A pele é grossa e elástica, flácida sobretudo no pescoço e no tronco.
A altura do Fila Brasileiro é de 65 cm. à 75 cm. na altura da cernalha, para os machos e de 60 cm. à 70 cm., para as fêmeas. O peso mínimo para a raça é de 40 kg., para as fêmeas, e de 50 kg., para os machos.
Fila Brasileiro
Origem da Raça
Várias teorias tentam explicar a presença do cão de Fila no Brasil. Não tem, porém, base zootécnica devidamente documentado. Baseado nas pesquisas feitas nas excelentes bibliotecas históricas existentes no Nordeste e no Sudeste do Brasil, podemos afirmar que o atual cão de Fila Brasileiro tem o seu começo em nosso país entrando pelo estado de Pernambuco, trazido pelos flamengos (holandeses) da Companhia das índias Ocidentais e apanhadores na Inglaterra. Eles dominaram o nordeste brasileiro durante os anos de 1630 a 1654, quando foram expulsos pelos naturais do país.Cão de fila é definido no português antigo como um cão grande, bravo, de espécie vulgar. Característica, aliás, dos cães Molossos. Cão de fila, de filar, ou "filhar", significa um cão que agarra a presa e não larga. É, assim, um cão de guarda e um cão mestiço. Em inglês a palavra "mastiff", em francês "mastin" significa mestiço.
Por mais que procurássemos, não encontramos provas e documentação convincentes que mostrassem que os cães de Fila tivessem sido trazidos pelos portugueses, ingleses, franceses, ou pelos africanos, povos que mais de perto participaram da colonização do Brasil. Não encontramos menção à existência de cães de Fila por volta do século XVII, na área central do Brasil.
Dois registros importantes foram então localizados por nós
1) Viagem do naturalista e poliglota inglês capitão Richard F. Barton. Por exemplo - no rio Sabará a Santa Luzia (Minas Gerais), no Vale do rio São Francisco: "NEGA", o Mastiff, parecia uma onça, tornando-se muito brava quando presa e latia como se estivesse enjaulada. a Ela era o terror para aqueles que a viam à primeira vez e provava ser útil e, nessas partes, todos os homens viajavam com cães ferozes.2) Maximiliam, Príncipe Wied - Neuwied, um dos mais famosos naturalistas que viajaram pelo Brasil no início do século XIX, logo após o nosso rei português D. João VI ter aberto os portos do país, permitindo a entrada livre dos estrangeiro,s relata e mostra duas gravuras:
A primeira representa cães de Fila, chamados cabeçudos onceiros ou boiadeiros, cercando um boi e, em sua volta, a cavalo, vaqueiros vestidos com roupas de couro, como no Nordeste.
Em verdade formou-se o CICLO seguinte:
1) a floresta;
2) as onças;
3) o homem;
4) o gado;
5) o cão de Fila.
Quadro 1
O CICLO, Floresta, Onça, Homem, Gado, integrado, garantiu a presença do cão fila no Brasil. A quebra dos cpirculos floresta e onça, tornou o cão de fila desnesessario, fez desaparecer ou escassear a comida, determinando sua quase extinção. Em Minas Gerais, um fator novo permitiu a preservação do cão de fila durante cerca de 2 séculos (Segundo Procopio do Valle, 1978)
Quadro 2
Em Minas Gerais, os cães de fila foram chegando descendo pelo vale do Rio S. Francisco, desde o fim do século XVII. Os fazendeiros, os boiadeiros, os açogueiros mineiros valorizaram a presença dos cães de fila acolhendo-los e nutrindo-os com um alimento ali abundante - o leite e o angu de milho. Foram assim preservados, a partir da raça de origem, o "Engelsen Doggen" ou mais exatamente, o "Dogue de Fort Race", apanhados na Inglaterra, e levados pelos holandeses para Pernambuco, a partir de 1631 (Segundo Procopio do Valle)
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